Niilismo existencial
Comumente, o niilismo é apresentado sob a forma de niilismo existencial, que argumenta que a vida é sem sentido objetivo, propósito ou valor intrínseco. No que diz respeito ao universo, o niilismo existencial postula que um único ser humano ou mesmo toda a espécie humana é insignificante, sem propósito e irrisória a ponto de não mudar em nada a totalidade da existência. Dada esta circunstância, a própria existência — toda a ação, o sofrimento e sentimento — é, em última instância, sem sentido e vazia.
Em The Dark Side: Thoughts on the Futility of Life (1994), Alan Pratt demonstra que o niilismo existencial, de uma forma ou de outra, tem sido uma parte da tradição intelectual ocidental desde o início, presente em obras de filósofos como Empédocles e Hegésias. Durante o renascimento, William Shakespeare eloquentemente resumiu a perspectiva do niilista existencial quando, nesta famosa passagem perto do fim de Macbeth, ele tem Macbeth a derramar seu desgosto pela vida:
Apaga-te, apaga-te, chama breve! A vida é apenas uma sombra ambulante, um pobre ator que por uma hora se empavona e se agita no palco, sem que depois seja ouvido; é uma história contada por idiotas, cheia de fúria e barulho, que nada significa.
O 'nada' revela cada indivíduo como um ser isolado jogado em um universo estranho e sem resposta, impedido para sempre de saber, obrigados a inventar o que significa. É uma situação que é nada menos que um absurdo. Escrevendo a partir da perspectiva iluminada do absurdo, Albert Camus (1913-1960) observou que a situação de Sísifo, personagem da Mitologia Grega, condenado à eterna luta inútil, era uma metáfora excelente para a existência humana (O Mito de Sísifo, 1942).
Ao se deparar com o vazio da existência, o indivíduo tem sua vida prática profundamente alterada. Em O Vazio da Máquina (2007), André Cancian descreve o abismo niilista:
É possível que, por meio do pensamento, ao compreendermos nossa condição, venhamos a entrar num estado de luto pela "morte da realidade", por assim dizer, já que para nós a realidade é nossa compreensão da realidade, e a destruição dos alicerces de nossa cosmovisão pode ser algo bastante difícil de administrar, sendo comum que haja episódios de ansiedade e angústia nesse processo indigesto.(...) “O sentimento de que tudo nunca passou de uma fantasia nos esmaga. A vida é um sonho dentro de uma máquina”.
Diante disso, ficamos atônitos, perplexos, e 'luto' é a melhor palavra que nos ocorre para descrever esse sentimento de que algo morreu.(...)“O modo como pensamos e encaramos o mundo corresponde exatamente ao niilismo, no qual tudo perde o sentido e a vida fica suspensa no nada, perfeitamente consciente de si mesma e de sua condição precária. A consciência da indiferença da realidade nos chega como algo corrosivo, como um silêncio que escarnece todos os nossos sonhos.” A superação do consequente efeito paralisante é, segundo Cancian, a rendição ao subjetivo. “Não há para onde fugir: temos de encarar nossa condição de existência em nosso elemento, a subjetividade. São nossas pequenas fantasias humanas que apesar de todo o nada, nos permitem levar a vida adiante, ainda que isso não faça sentido algum”.
Antidepressivos
As vendas dos antidepressivos nunca estiveram tão em alta. Só no Brasil, no primeiro semestre de 2011, foram comercializados 34,6 milhões desses remédios, um aumento de quase 50% em 4 anos, segundo a consultoria IMS Health. A mesma fonte aponta que, nos EUA, 253 milhões de receitas foram prescritas em 2010 — 22 milhões a mais que 3 anos antes. Na Inglaterra, o serviço de saúde calcula que o consumo cresceu mais de 25% entre 2007 e 2010.
Os números vêm chamando a atenção dos pesquisadores. Nos últimos anos, diversos estudos científicos surgiram para investigar essa epidemia de depressão. Alguns são alarmantes. Para muitos especialistas, antidepressivos não são mágicos. Pelo contrário. Podem ser até menos eficazes que pílulas de farinha — os placebos.
Um dos principais nomes a defender isso é o psicólogo clínico Irving Kirsch, professor da Universidade de Hull e autor do livro The Emperor's New Drugs, exploding the antidepressant myth (“As novas drogas do imperador, explodindo o mito dos antidepressivos”, sem edição brasileira). Ele analisou 38 dos testes clínicos — publicados ou não — que foram enviados para o FDA, a agência de vigilância sanitária dos EUA, para aprovar os remédios Prozac, Effexor, Serzone e Paxil. Esses medicamentos, quando surgiram no mercado, foram vistos como revolucionários para o tratamento da depressão. O Prozac, por exemplo, entrou no mercado dos EUA em 1988 e, com agressiva campanha de marketing, em pouco tempo se tornou o líder do setor. Já o Efexor, lançado em 1993, ficou famoso por ter efeitos colaterais menos agressivos do que os outros antidepressivos, enquanto o Paxil se tornou conhecido por ter sido o primeiro medicamento aprovado nos EUA para tratamento de ataques de pânico — e mais tarde pelo efeito colateral de ganho de peso.
Vendo os testes desses medicamentos, Kirsch notou que só os resultados que envolviam pacientes severamente deprimidos foram publicados — apesar de, hoje, serem comercializados para qualquer intensidade. Nos mesmos documentos, viu que os efeitos desses medicamentos foram mínimos para casos de depressão média e leve (segundo a escala Hamilton de Depressão, a mais usada). E mais: depois de lançados os remédios no mercado, não encontrou mais nenhum estudo dos laboratórios sobre eles. As pesquisas posteriores sobre seus efeitos se resumiriam às feitas em universidades, como a publicada no final de 2010 pelo professor de psicologia da Universidade da Pensilvânia, Robert DeRubeis, que aponta semelhança entre antidepressivos e placebos.
No levantamento, DeRubeis avaliou 6 testes com 728 pacientes deprimidos e descobriu que a taxa de eficiência dos antidepressivos era praticamente igual à das pílulas de farinha no tratamento de depressão. No caso dos pacientes que receberam os placebos, a cura viria porque é comum que as pessoas se sintam melhores quando recebem tratamento, qualquer que seja ele. É o chamado “efeito placebo”, testado em todo medicamento antes de chegar ao mercado. Na conclusão do estudo, sem citar os dados exatos, o acadêmico diz: “a vantagem da medicação de antidepressivos sobre o placebo foi de inexistente a insignificante entre pacientes com sintomas de depressão leve, moderada ou até severa”.
Kirsch reúne dados similares sobre os testes dos 4 antidepressivos que analisou. Em seu livro afirma que “antidepressivos são drogas com pouquíssimo benefício terapêutico, mas com efeitos colaterais muito sérios”. Para ele, antidepressivos são similares aos placebos ativos — pílulas de farinha que provocam efeitos colaterais. Entre as consequências estariam náuseas, perda da libido e até dependência.
A influência do marketing
Muitos psicólogos questionam também o excesso de propaganda na adoção desses medicamentos. Um estudo que saiu no New England Journal of Medicine, assinado pelo professor de psicologia da Universidade da Califórnia Robert Rosenthal, mostra que, em 74 estudos registrados no FDA dos EUA, foram publicados em jornais científicos 37 com resultados positivos para os antidepressivos, enquanto 22 que tinham resultados negativos (ou seja, que não havia diferença significativa entre placebos e antidepressivos) ficaram na gaveta.
O artigo ressalta, ainda, que 11 estudos que tiveram resultados negativos foram publicados de modo que parecessem positivos. Rosenthal conclui que, ao se analisar apenas as pesquisas publicadas, os antidepressivos pareciam ter eficiência de 94% enquanto todos os estudos analisados apontavam para uma taxa bem menos expressiva: 51%.
Junto a isso, vieram críticas em relação à atuação dos psiquiatras. Eles foram acusados de envolvimento excessivo com a indústria farmacêutica, promovendo medicamentos de certas marcas e recebendo benefícios em troca. Desde pequenos presentes entregues pelos representantes da indústria, como ingressos para shows e telefones celulares, até pagamento de estadia em caros congressos. Outra queixa é que prefeririam receitar rapidamente um antidepressivo em vez de ouvir o paciente e tentar entender a sua história de vida. “Há uma motivação econômica: é possível atender muito mais gente receitando antidepressivos do que ouvindo um paciente”, disse Daniel Carlat, psiquiatra e autor do livro Unhinged, The Trouble with Psychiatry (Desarticulado, o problema com a psiquiatria, também sem edição brasileira).
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