Todos nós temos nossa música favorita e ficamos encantados com seus efeitos. Em vez de identificar subespécies do Efeito Mozart – como Efeito Brahms, o Efeito Gerswin, o Efeito Sinatra, o Efeito Ray Charles, o Efeito Grateful Dead ou o Efeito Madonna -, delinearei brevemente algumas das amplas influências dos diferentes tipos de música.
Note que, dentro de cada gênero, há uma variedade de estilos. Alguns são ativos e potentes, enquanto outros são passivos e relaxantes. Por exemplo, hot jazz ou Dixieland pode fazer seu sangue circular, sua pulsação acelerar e colocar seus hormônios em alta velocidade, ao passo que cool jazz pode baixar sua pressão sanguínea, colocar seu cérebro em alfa e alegrara seu coração. As tendências a seguir são genéricas e podem ser significativamente modificadas pelas condições do ouvinte, por sua dieta, por seu ambiente e por sua postura:
O canto gregoriano usa os ritmos de respiração natural para criar um sensação de ampliação descontraída. É excelente para o estudo e a meditação silenciosos e pode reduzir o estresse.
A música barroca mais lenta (Bach, Handel, Vivaldi, Corelli) comunica uma sensação de estabilidade, ordem, previsibilidade e segurança e cria um ambiente mentalmente estimulante para o estudo e o trabalho.
A música do período clássico (Haydn e Mozart) tem clareza, elegância e transparência. Pode melhorar a concentração, a memória e a percepção espacial.
A música do período romântico (Beethoven, Schubert, Schumann, Tchaikovski, Chopin e Liszt) enfatiza expressão e sentimento, com frequência evocando temas de individualidade, nacionalismo ou misticismo. É mais útil para ampliar simpatia, compaixão e amor.
A música impressionista (Debussy, Fauré e Ravel) é baseada em humores e impressões musicais de fluxo livre e evoca imagens de sonho. Um quarto de hora de devaneio musical, seguido por alguns minutos de alongamento, pode liberar seus impulsos criativos e colocá-lo em contato com seu inconsciente.
Jazz, blues, Dixieland, soul, reggae e outras formas de música e dança provenientes da expressiva herança africana podem animar e inspirar, liberar profunda alegria e tristeza, transmitir agudeza e ironia e afirmar nossa humanidade comum.
Salsa, rumba, merengue, macarena e outras formas de música latina têm um ritmo vivo e uma batida que pode fazer o coração disparar, aumentar a respiração e colocar em movimento o corpo inteiro. O samba, entretanto, tem a rara capacidade de acalmar e despertar ao mesmo tempo.
As músicas de big bands, pop, top-40 e coutry podem inspirar movimentação leve a moderada, engajar as emoções e criar uma sensação de bem-estar.
O rock e o pop de artistas como Elvis Presley, Rolling Stones ou Michael Jackson pode sacudir as paixões, estimular uma movimentação ativa, liberar tensões, mascarar dores e reduzir o efeito de outros sons, altos e desagradáveis, no ambiente. Também pode criar tensão, dissonância, estresse e dor no corpo quando não estamos dispostos a sermos entretidos de forma enérgica.
A música ambiente ou New Age, sem ritmo dominante (por exemplo, a música de Steven Halpern ou Brian Eno), prolonga nossa sensação de espaço e tempo e pode induzir um estado de alerta descontraído.
Heavy metal, punk, rap, hip hop e grunge podem estimular o sistema nervoso, levando a um comportamento dinâmica e à autoexpressão. Também podem sinalizar a outras pessoas (em especial adultos que vivem na mesma casa que seus adolescentes musicalmente invasivos), a profundidade e a intensidade do tumulto interior da geração mais jovem e sua necessidade de liberação.
Músicas religiosas e sacras, hinos de igreja, música gospel e spirituals, podem nos levar a sentimentos de profunda paz e consciência espiritual. Elas também podem ser notavelmente úteis para nos ajudar a transcender – e aliviar – nossa dor.
Don Campbell