top of page

Mario de Andrade e sua doce música


Mario Raul Morais de Andrade nasceu em São Paulo, em 09 de outubro de 1893. Fez estudos secundários no Ginásio do Carmo. Em 1911, matriculou-se no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, nos cursos de piano e canto, formando-se em piano em 1917, ano em que publicou os primeiros ensaios de crítica de arte, em jornais e revistas e seu primeiro livro, Há uma gota de sangue em cada poema. Em 1922, tornou-se professor de história da música e de estética musical do Conservatório. Dois anos depois, assumiu a cátedra de história da música e de piano. Em 1922 publicou Paulicéia desvairada e organizou, no Theatro Municipal de São Paulo, a Semana de Arte Moderna, evento cultural que marcou o início do modernismo no Brasil e que apresentou novas ideias e conceitos para a arte brasileira.


 

O ano de 1928 viu nascer suas duas obras mais importantes, o romance Macunaíma e o Ensaio sobre a música brasileira, que fixou as bases do nacionalismo musical brasileiro e tornou-se a principal referência teórica para várias gerações de compositores. Publicou um ano depois o Compêndio de história da música (1929), reescrito posteriormente com o nome de Pequena história da música (1942), e a seguir Modinhas imperiais (1930). Em Música, doce música (1933), reuniu escritos, conferências e textos de crítica musical. A partir de 1934 tornou-se colaborador da Revista Brasileira de Música, publicada pelo Instituto Nacional de Música/INM, atual Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. No INM já havia colaborado com a reforma curricular de 1931, em parceria com Luciano Gallet e Antônio de Sá Pereira.

Assumiu a direção do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo em 1935, tendo sido o criador no mesmo ano da Discoteca Pública Municipal e do Quarteto Haydn, atual Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo. No ano seguinte criou o Coral Paulistano. Do mesmo período são outras iniciativas importantíssimas, como a fundação da Sociedade de Etnografia e Folclore (1936), a organização do I Congresso da Língua Nacional Cantada (1937) e da Missão de Pesquisas Folclóricas (1938), que realizou um levantamento etnográfico de manifestações folclóricas do Norte e Nordeste do Brasil.

Em 1936 redigiu para o Ministério da Educação, por solicitação de Gustavo Capanema, o documento que estabeleceu as bases para a organização do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/SPHAN, fundado em 1937.

Desligou-se do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo em 1938 e se estabeleceu no Rio de Janeiro, assumindo a direção do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal, onde também lecionava filosofia e história da arte.

Em 1941 publicou Música do Brasil e em 1944 foi homenageado pela Revista Brasileira de Música, com a publicação de uma separata do volume IX, por ocasião de seu cinquentenário de nascimento. Mário de Andrade faleceu em São Paulo, em 25 de fevereiro de 1945.

Inúmeros trabalhos e escritos seus foram incorporados às suas Obras completas, iniciada em 1944, compreendendo 20 volumes. Entre eles se destacam Aspectos da Música Brasileira (vol. XI), Música de Feitiçaria no Brasil (vol. XIII) e Danças Dramáticas do Brasil (vol. XVIII). Textos inéditos foram publicados ao longo dos anos como o Dicionário Musical Brasileiro(1989) e Introdução à Estética Musical (1995).


Academia Brasileira de Música

11 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page