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Cérebro de paciente e terapeuta entram em sincronia durante musicoterapia

Atualizado: 30 de mar. de 2020



Pela primeira vez, pesquisadores conseguiram demonstrar que os cérebros de um paciente e de seu terapeuta entram em sincronia durante uma sessão de musicoterapia, uma importante descoberta que pode melhorar as interações futuras entre pacientes e seus terapeutas.


O estudo, publicado na revista Frontiers in Psychology, foi conduzido pelos pesquisadores Jorg Fachner e Clemens Maidhof, da Universidade Anglia Ruskin, na Inglaterra.

Esse é o primeiro estudo sobre musicoterapia a usar um procedimento chamado hyperscanning, que registra a atividade de dois cérebros diferentes ao mesmo tempo, permitindo que os pesquisadores entendam melhor a interação entre duas pessoas.

Durante a sessão documentada no estudo, música clássica foi tocada enquanto a paciente conversava sobre uma doença grave em sua família. Tanto a paciente quanto a terapeuta usaram toucas de EEG (eletroencefalograma) contendo sensores, que captam sinais elétricos no cérebro, e a sessão foi gravada em sincronia com o EEG usando câmeras de vídeo.


Musicoterapeutas trabalham através de “momentos de mudanças”, em que eles fazem conexões significativas com seus pacientes. Em um momento do estudo, a atividade cerebral da paciente se alterou repentinamente, deixando de mostrar sentimentos negativos para atingir um pico de positividade. Momentos depois, quando a terapeuta percebeu que a sessão estava funcionando, seu exame também mostrou resultados similares. Em entrevistas subsequentes, ambas identificaram aquele momento como o momento em que elas sentiram que a terapia estava de fato funcionando.


Os pesquisadores examinaram a atividade dos lobos frontais direito e esquerdo do cérebro, onde as emoções negativas e positivas são processadas, respectivamente. Analisando os dados juntamente com os vídeos e a transcrição da sessão, a equipe conseguiu demonstrar que a sincronização do cérebro ocorre, e também que conseguiram mostrar como exatamente o “momento de mudança” acontece dentro do cérebro do paciente e do terapeuta.


“Esse estudo é um marco para a área de pesquisa sobre musicoterapia. Musicoterapeutas relatam experienciar mudanças emocionais e conexões durante a terapia, e conseguimos confirmar isso com dados do cérebro”, conta Jong Farchner, professor de Música, Saúde e Cérebro na Universidade Anglia Ruskin.

“A música, usada de forma terapêutica, pode melhorar o bem-estar e tratar doenças como ansiedade, depressão, autismo e demência. Anteriormente, terapeutas musicais confiavam nas respostas do paciente para saber se a terapia estava de fato funcionando, mas usando o hyperscanning, podemos ver exatamente o que está acontecendo no cérebro do paciente.


“O hyperscanning consegue mostrar as pequenas, quase imperceptíveis, mudanças que ocorrem durante a terapia. Ao demonstrar os momentos específicos em que as sessões tiveram os resultados mais significativos, a técnica pode ser particularmente útil quando usada no tratamento de pacientes cuja comunicação verbal é um desafio. Nossos resultados também podem ajudar a entender melhor o processo emocional em outras interações terapêuticas”.


Universidade Anglia Ruskin


Fonte: UOL

http://bit.ly/330fhGE

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