
Ó, amigos, mudemos de tom! Entoemos algo mais prazeroso E mais alegre!
Alegria, formosa centelha divina, Filha do Elíseo, Ébrios de fogo entramos Em teu santuário celeste! Tua magia volta a unir O que o costume rigorosamente dividiu. Todos os homens se irmanam Ali onde teu doce voo se detém.
Quem já conseguiu o maior tesouro De ser o amigo de um amigo, Quem já conquistou uma mulher amável Rejubile-se conosco! Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma, Uma única em todo o mundo. Mas aquele que falhou nisso Que fique chorando sozinho!
Alegria bebem todos os seres No seio da Natureza: Todos os bons, todos os maus, Seguem seu rastro de rosas. Ela nos deu beijos e vinho e Um amigo leal até a morte; Deu força para a vida aos mais humildes E ao querubim que se ergue diante de Deus!
Alegremente, como seus sóis voem Através do esplêndido espaço celeste Se expressem, irmãos, em seus caminhos, Alegremente como o herói diante da vitória.
Abracem-se milhões! Enviem este beijo para todo o mundo! Irmãos, além do céu estrelado Mora um Pai Amado. Milhões, vocês estão ajoelhados diante Dele? Mundo, você percebe seu Criador? Procure-o mais acima do Céu estrelado! Sobre as estrelas onde Ele mora!
Friedrich Schiller
O poema “An die Freude” (Ode to Joy) foi escrito em 1785 e revisado em 1803. Neste poema Schiller expressa uma visão idealista da raça humana como irmandade, ideais de liberdade, paz e solidariedade, que tanto este como Beethoven partilhavam. Seu texto é a letra da maior obra prima de Ludwig van Beethoven e um dos maiores feitos do homem: A Sinfonia No. 9 (1824).